Estava conversando com alguns autores e um dos tópicos mais comentados, para não dizer críticos, foi o das Editoras Sob Demanda. Em sua maioria as colocações eram de como elas, fazendo o trabalho de uma gráfica ao invés de uma editora, se aproveitavam do autor e publicavam um produto de baixa qualidade, inclusive queimando o mercado.
Veja bem, para analisarmos essa questão de uma maneira correta dois aspectos são importantes: uma visão ampla da situação e conhecer a história da publicação sob demanda. Porque pessoalmente eu creio que é impossível fazermos uma crítica justa sem estes dois parâmetros.
A publicação sob demanda surgiu em meados da década de 1980 no meio escolar. Isso, pois professores perceberam que, dando aulas em cinco ou seis classes em três ou quatro escolas/universidades, se eles ao invés de usar como base para suas aulas o livro de outro profissional escrevessem os deles, teriam um público médio de quase 600 clientes todo ano sem necessidade de marketing nenhum.
Eles então produziam os livros, compravam com desconto e vendiam nas papelarias das escolas ou nos CAs das faculdades, cabendo às editoras simplesmente confeccionar o livro, o que significava fazer a revisão, a diagramação e o ISBN. Assim como colocar o livro nos sistemas das grandes livrarias para alguém que não quisesse comprar por conta própria.
Ou seja, exatamente a mesma coisa que fazem ainda hoje.
Com a década de 1990 os computadores pessoais começaram a se multiplicar, e escrever, algo praticamente impensável, se tornou algo viável, até agradável, passando a ser um hobby para muitos.
Na primeira metade dos anos 2000 então, houve boom da internet, e as pessoas começaram a conversar via e-mail, em listas de discussão… e estes ‘novos autores’ começaram a buscar editoras com o material que eles haviam escrito. Como efetivamente nenhum profissional havia analisado esse material, eles começaram a receber as infames cartas de recusa.
Veja bem, eu sou formado em administração então uma coisa que conheço desde a época da faculdade são essas cartas. No caso sempre eram algo como “seu currículo é muito bom, mas… e vamos guardá-lo para futuras vagas.”, e incrivelmente eu nunca fui chamado uma segunda vez por uma empresa onde não houvesse passado numa entrevista.
Logo entendi que aquele “mas” queria dizer que eles haviam encontrado um profissional que consideravam mais qualificado, e o resto, de “guardá-lo”, era uma mentira, ou senão o currículo terminava numa pasta esquecida no que era quase um ‘arquivo morto’.
Com a maturidade a gente aprende a compreender isso, apesar de não ainda concordar com a mentira, e entende que, para nos tornarmos mais atraentes, precisamos melhorar nosso currículo, nossa apresentação, alguma coisa…
Assim, quando seu original recebe uma carta de recusa da editora, o que você deve pensar? Que algo deve estar errado em sua apresentação, em seu texto, no tema escolhido… ou seja, está na hora de buscar profissionais de Serviços Literários (Leitura Crítica, Ghost Writing, Copidesque, Assessoria de Mídia), para verificar o que há de errado.
O que o autor faz?
Ao invés de achar que o editor, como profissional que é, tem razão, convenientemente considera que ele está errado (e vamos falar a verdade, isso pode acontecer – a JK Rowling recebeu diversas recusas até encontrar uma editora, assim como o Charles Schulz, que precisou de nove anos até emplacar a Turma do Snoopy).
E ele faz o que depois disso? Busca outra editora, então mais uma, e outra ainda. A após diversas cartas de recusa, ao invés de achar que algo está errado com seu original (e tentar descobrir o que contratando alguém que faça Serviços Editoriais) ele apela para o mais simples, que é buscar uma editora sob demanda, a qual publicará sua obra exatamente como ele pediu. Se ele achasse que algo no original estava errado ou poderia ser melhorado, não buscaria uma editora sob demanda, algum profissional de Serviços Editoriais.
E qual a reclamação do meio em relação à maioria das editoras sob demanda? Eu já comentei a respeito no início: elas fazem o trabalho de uma gráfica ao invés de uma editora e vendem exatamente o que o autor quer. Tudo bem que eles poderiam comentar a respeito da importância de uma capa, de um texto de contracapa, dos textos de orelha na venda do livro; ou informar o autor que ele não conseguiria colocar seu livro nas grandes redes ou mesmo numa distribuidora se não tivesse nota fiscal; ou ainda que um desconhecido não conseguiria bater de frente contra best-sellers com um produto mais caro, com acabamento pior e uma capa não chamativa (porque boas capas custam dinheiro).
Então eu concordo que as editoras sob demanda (e algumas que oferecem coedição e obrigam o autor a comprar às vezes mil exemplares a preço de mercado) estão sim abusando do autor, e tem sua culpa queimando o nome do autor nacional de qualidade, mas elas não são aa únicas, pois os autores também deveriam entender isso e buscar Serviços Profissionais para aumentar suas chances de publicar numa editora convencional.
Por que eu estou falando isso? Pois na Aliteração nossa ideia é profissionalizar o mercado, é tentar aumentar a qualidade do livro E do autor nacional, para que ele possa competir com o Best-seller que chega aqui.
Pois não é como eu já ouvi, que o escritor nacional não se compara ao internacional, mas porque o que chega aqui é só a nata da nata, o best-seller que inclusive já vem com marketing pronto.
Como um autor nacional poderia competir com uma série de TV ou de cinema que podem ser usados como marketing?
Não é impossível, mas é muito difícil e bastante complicado, exigindo extrema excelência em todos os aspectos de seu trabalho, produto e mesmo dele mesmo como profissional (estava comentando com um escritor mesmo: Você pode até reclamar do que o Paulo Coelho escreve, mas têm de aceitar que mesmo já com nome ele faz o marketing dele ficando as vezes sete horas assinando seus livros e tirando fotos com fãs).
Essa excelência? Para o original que está cru nós temos a Leitura Crítica, para quando esta já foi feita, temos o Copidesque, para o autor que já publicou temos Assessoria de Imprensa.
Se interessou? Então entre em contato conosco!

Gianpaolo Celli é Pós-Graduado em Gastronomia no curso Cozinheiro Chef Internacional, SENAC São Paulo, Bacharel em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), Ex-editor e co-proprietário da Editora Tarja, Analista de Marketing, Tradutor, Leitor Crítico & Preparador de textos e Storyteller. Autor dos livros Predadores, Caminho de Santiago e tantos outros.
E-mail: giancelli@yahoo.com
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