Esta semana agora eu estava analisando uma série de contos para um autor e comentei com ele alguns aspectos da escrita que, apesar de aparentemente simples, eu particularmente acho muito importantes. Inclusive, é exatamente devido a este tipo de detalhe que a Leitura Crítica é tão necessária!
Não é primeira vez, e creio que não será a última que eu vejo textos com mais de um tempo verbal. Eu até entendo que o autor esteja escrevendo no passado e, numa cena de suspense ou ação, considere em mudar para o presente para deixar a narrativa mais empolgante. Isso, contudo, é um equívoco. Na realidade se ele analisar friamente (ou passar para que nós façamos isso) irá verificar que tal mudança de tempo verbal não muda nada na construção da cena e só faz confundir o leitor.
Outro aspecto muito importante que demanda uma segunda leitura, que eu já fazia quando analisava textos na Tarja e continuo no Aliteração, é a repetição de palavras com sonoridade semelhante muito próximas uma da outra. Uma vez mais isso pode parecer um detalhe, mas é algo que deixa qualquer texto com cara de amador. Outra vez um detalhe que é pego na leitura crítica e que pode fazer a diferença.
Por exemplo, seu eu coloco que “o cavaleiro montou em seu cavalo”, as palavras ‘cavaleiro’ e ‘cavalo‘ são semelhantes e aparecem muito juntas. Inclusive, se é um ‘cavaleiro’, é óbvio que ele montou num ‘cavalo’, deste modo, se não é algo diferente, como um camelo, um avestruz ou alguma criatura fabulosa, basta dizer que “o cavaleiro montou”, ou colocar que “o cavaleiro montou seu corcel”.
E se você acha que não poderia ser pior, eu sempre poderia dizer que “o cavaleiro montou em sua montaria” o que é péssimo!
Na realidade ao escrever, ou reler, ou mesmo numa análise crítica, a ideia é pegar pequenos detalhes que, apesar de sozinhos não darem problema, se muitos ao longo de um texto e a qualidade dele literalmente ‘vai para o vinagre’.
Um exemplo que eu peguei num livro nacional publicado por uma grande editora foi “Ouvia-se o som de trovões”. Pode não parecer nada, mas trovão é som produzido pelo raio, ou seja, ele já um som. Deste modo é um equívoco falar ‘Ouvia-se o som de trovões’ como seria ‘eu ouvi o som de sua voz’. O correto então seria ‘Ouvia-se trovões’ ou ‘Ouviam-se trovões’.
Como eu coloquei acima, pode parecer efetivamente nada, mas ao longo do texto isso pode arruinar a experiência da leitura. O que seja no caso do editor, seja no do leitor final, se isso causar uma impressão negativa, pode esquecer… Se este não é o caso, e se você entende a necessidade dos serviços literários para o sucesso de um livro, seja junto ao editor ou junto ao público, então entre em contato e fale conosco a respeito.