Muita gente, especialmente quem está fora ou entrando no mercado, pensa que para publicar basta escrever um original e enviá-lo às editoras. Ledo engano! Quem já está há algum tempo no mercado sabe que ao idealizar um projeto se deve pensar em que gênero se irá escrever, se existe ou não um público, ou demanda para este tipo de história, assim como diversos outros detalhes, antes de escrever
Eu sei que alguns vão dizer que, como o Paulo Coelho comentou, também existem os escritores “arquitetos e jardineiros”, considerando que enquanto alguns autores pensam em todos os processos de criação antes de escrever, outros se deixam levar pela inspiração.
Como eu mesmo já comentei mais de uma vez, contudo, mesmo a comparação original é uma burrice! É verdade que arquitetos calculam sim todos os detalhes do projeto antes de fazê-lo (na verdade aqui no Brasil essa também é função dos engenheiros, mas isso é um detalhe), mas é um erro achar que jardineiros plantam qualquer coisa sem pensar. A terra deve ser preparada, e o plantio ser feito na época certa ou a planta não nascerá. Já imaginou plantar em pleno inverno? Ou preparar a terra na estação de chuvas? E depois, se alguém plantar gerânios, eu garanto, não nascerão rosas, ou seja…
De qualquer modo, com a quantidade de originais que chega e é descartada pelas editoras (eu já disse isso mais de uma vez, mas é algo que repito para lembrar quem está começando que de se para ele sua obra é única, para as editoras é mais uma em dez, cem ou as vezes mil que eles recebem mensalmente), além de pensar antes de escrever, se deve traçar uma estratégia visando a publicação.
Como assim? Você pode perguntar.
Por exemplo, de nada vale viabilizar a publicação de um livro através de um financiamento coletivo, se depois o autor não tiver uma quantidade de livros publicados para colocação no mercado, pois não só um bom resultado em um crowdfunding pode criar interesse por parte de uma editora, mas, e principalmente as pessoas falando do livro, coisa que não acontecerá se você não tiver exemplares para vender mesmo após terminado o financiamento.
A mesma coisa deve ser considerada em relação à auto publicação. Esse tipo de opção é algo que cada vez mais está se tornando uma alternativa real. Mas, seja no caso de livros virtuais ou de físicos, uma estratégia deve ser considerada antes que se comece a agir.
Por exemplo, um ponto interessante relativo a auto publicação é a qualidade, é o livro se destacar. Seja no caso de e-books, em que as plataformas como a Amazon liberam ferramentas para desenvolvimento de capas gratuitas (péssimas, vamos falar sério), seja de livros físicos, em que as editoras por demanda cuidam de aspectos como revisão, diagramação e capa, por um preço. Aqui a questão é que o autor deve zelar por sua obra com cuidado redobrado, pois com a venda já garantida, não é preocupação da “editora” se o público se interessará pelo livro, de modo que as vezes o trabalho deles deixa a desejar.
É como o diretor de marketing do Grupo Editorial Record comentou numa entrevista há algum tempo:
“Quem cunhou a frase ‘Não se deve julgar um livro pela capa’ não entendia nada de marketing editorial, pois no mercado literário, uma das principais missões desse departamento (marketing) é fazer o leitor julgar, sim, o livro pela capa. E mais: ficar seduzido ao ponto de levá-lo para casa.” Ou seja…
O que fazer então?
No primeiro caso, se você acredita no potencial de seu original, assim como em possíveis continuações ou em seus livros futuros (porque um autor se faz com diversos livros, não com um só), ao invés de liberar original de graça em blogs ou mesmo só lançá-lo em e-book, crie contos, histórias paralelas, spin-offs que façam os leitores conhecerem seu ‘mundo’, que deem ao público um ‘aperitivo’, sem entregar o ‘prato principal’.
Já no segundo, como eu expliquei, ao arquitetar o projeto, considere o valor total pedido no crowdfunding de modo a publicar não somente os livros distribuídos, mas também uma quantidade para venda a leitores que se interessem pelo tema e que não tenham tomado conhecimento do projeto em seu desenvolvimento.
E no terceiro, considerar um projeto de publicação antes de soltar algo por conta própria achando que, mesmo sem uma plataforma correta, se venderá horrores (porque isso normalmente não acontece!).
Inclusive, uma quarta opção que o escritor deve considerar e que não só tem aparecido bastante nestes últimos tempos, como também ajuda bastante o autor são os concursos literários. Mas concursos, não prêmios nem coletâneas.
Qual a diferença?
PRÊMIOS são para livros já publicados e tem prêmios em dinheiro. Por exemplo, o Prêmio Jabuti.
COLETÂNEAS são livros de diversos autores, que enviaram contos ou noveletas a editoras pequenas ou médias, que serão publicadas, se escolhidas, junto outros autores também escolhidos. Bom para se ganhar visibilidade, mas nada que deixará o autor conhecido. Existem diversos exemplos de coletâneas acontecendo na internet, é só procurar.
Já nos CONCURSOS, o original é enviado e se escolhido, é publicado pela editora.
A questão em relação aos concursos é que além de ter o seu original afetivamente analisado pela editora (algo raro nesta época em que, como eu disse acima, as editoras recebem inúmeros originais por dia), caso o projeto ganhe o concurso, a editora não só assinará um contrato pelo livro, mas normalmente com o autor, pensando em outros livros. E para que isso se viabilize, ela se responsabilizará por diversos aspectos do marketing e da propaganda do livro, que normalmente não aconteceriam caso o original fosse simplesmente escolhido depois de uma leitura.
Só tome cuidado neste caso, pois muitas vezes os juízes destes concursos são acadêmicos ou profissionais do meio editorial que vão deixar de lado histórias de ficção fantástica porque consideram que é subliteratura ou acham que apesar de o grande público consumir obras como Guerra dos Tronos, eles preferirão obras realistas de autores nacionais. Agora, se você precisa de AJUDA PROFISSIONAL para traçar uma ESTRATÉGIA de publicação, entre em contato. Nós podemos fazer a diferença que falta para a PUBLICAÇÃO DO SEU LIVRO.