Deuses Americanos, de Neil Gaiman – resenha de livro

Traduzido por Leonardo Alves, Editora Intrinseca, 2016, 576 páginas

Creio que se existe uma característica básica em Deuses Americanos é que sua história é no mínimo estranha. Na verdade foi essa característica que fez desse romance um clássico imediato. Para explicar Deuses Americanos numa só frase, eu diria que ela é: “Nós acreditamos nos deuses porque eles existem. Eles existem porque nós acreditamos.”

A história por trás de Deuses americanos conta a jornada de Shadow Moon, um ex-presidiário que acabou de ser libertado e cujo único objetivo é voltar para sua esposa termina por cair por terra quando ela morre em um acidente de carro. É quando, sem objetivo na vida, ele aceita a oferta do enigmático Wednesday, que se torna seu empregador.

Com ele, Shadow embarca numa reveladora viagem pelo coração dos Estados Unidos na qual conhece deuses novos e antigos. Os antigos, trazidos aos EUA por imigrantes (do Egito, do Oriente Médio, África, Índia, Irlanda, Países Nórdicos, Europa Oriental) e os modernos, como a TV, o dinheiro, a tecnologia, as drogas. Também descobre que não só eles estão numa guerra por poder como nunca antes vista (pois como deuses só podem existir enquanto as pessoas acreditarem neles), como ele mesmo, Shadow, parece ser um coringa no qual os dois lados estão interessados. Na verdade, já dando um spoiler, o próprio Wednesday (que em inglês é quarta-feira), que contrata Shadow, é uma encarnação de Odin, ou Wotan (daí o nome: Wednesday de Wotan’s day ou dia de Odin).

O interessante de Deuses Americanos é que além da ironia da história, a relação entre nosso mundo e o próximo faz e de como os personagens interagem com ambos é muito inusitada. Inclusive nos capítulos nos quais são apresentadas as histórias das pessoas que trouxeram todos os antigos deuses aos EUA, complementando de maneira espetacular uma trama já cheia de fantasia e mistério. E como ao tratar de grandes arquétipos ele termina falando sobre e a cada um de nós.

Assim, se você gostou de Sandman, se tem interesse por mitologia e por magia, não pode deixar de ler:

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