Continuando a conversa passada, escrever é um processo que nunca acaba. Mas cuidado! Isso é em relação ao aprendizado, pois o verdadeiro escritor está sempre desenvolvendo seu estilo. Não confunda com ficar reescrevendo e reescrevendo seu original.
Pode parecer piada, mas tudo deve ter um começo, um meio e um fim!
Assim, após escrever e fazer uma primeira revisão, o original deve passar pelas mãos do leitor crítico e ser reescrito assim que você souber quais são seus pontos fortes e fracos. Depois disso ele deve ser considerado terminado, ir para um revisor para então ser apresentado às editoras.
Mas voltando ao assunto, o desenvolvimento de seu estilo, assunto que eu comecei no artigo anterior, isso é só parte do que o tornará um profissional. Criar uma rede de contatos, assim como um público leitor também é uma parte importantíssima. E para isso você deve não só ir a eventos literários, mas também participar ativamente de grupos de discussão na internet.
E olha, é bem mais simples atualmente do que há dez ou doze anos atrás quando ao invés de blogs e vlogs, Facebook, Instagram e Twitter, o autor tinha de participar de grupos de discussão de e-mail para conversar uns com os outros, ou com apreciadores do gênero que ele ou ela escrevem.
Atualmente existem até redes sociais para escritores, como o Wattpad, em que você apresentar textos que escreve durante seu desenvolvimento para criar um público que poderá inclusive ajudar-lhe fazendo colocações a respeito de seu trabalho.
Dependendo da rede social, o escritor deve trabalhar a forma de divulgação, se adaptando para ter mais visualizações e curtidas. Uma imagem chamativa, com frases de impacto e um texto que instigue o leitor a querer conhecer a obra. Inclusive, para cada rede social teria que ter mais explicações que renderia outros artigos
Agora, você pode estar se perguntando o ‘por que’ de tudo isso.
Bem, porque conhecendo escritores mais e menos experientes você poderá discutir estilo, receber e dar dicas e resolver dúvidas a respeito do processo de escrita; conhecendo editores, você poderá conversar a respeito de como é o mercado, de como funciona a submissão de originais, ou mesmo saber de um nome para direcionar seu projeto quando este estiver pronto; e finalmente dos possíveis leitores.
Se você fizera amizade com pessoas que se interessam pelo gênero que você escreve, que conheçam e apreciem seu trabalho, já terá um público para convidar quando fizer seu lançamento. Muitos escritores estão usando até grandes eventos, como as Bienais ou feiras literárias para isso.
E se nada disso acontece, ou está acontecendo, aprenda a usar as redes sociais para quem sabe fazer você mesmo um evento. Ele não precisa ser grande, ou começar num lugar famoso. Existem inúmeras livrarias, bibliotecas, centros culturais que disponibilizam locais onde pequenos grupos podem se encontrar para um bate-papo informal. Mesmo barzinhos, lanchonetes ou padarias podem servir no começo, sendo que depois vocês podem mudar para um local mais apropriado. O importante aqui é começar.
Eu sei que pode ser complicado, para não dizer exagerado ter de gastar tempo organizando um evento quando você deveria estar escrevendo, antes mesmo de você ter um livro para apresentar como seu, mas saiba que muita gente começou assim.
Eu mesmo, na verdade, quando resolvi me profissionalizar, há quase duas décadas, comecei assim. Após haver definido um gênero eu procurei listas de discussão onde se conversava a respeito. Quando comecei a conhecer gente nelas, busquei quem efetivamente queria se profissionalizar. Montamos reuniões e destas um projeto nasceu. Deste projeto surgiu um livro de noveletas que, depois de pronto foi apresentado a uma editora, depois se tornando uma série, que terminou com três edições. O nome?
Necrópole. Primeiro ‘Histórias de Vampiros’, depois ‘Histórias de Fantasmas’, e finalmente ‘Histórias de Bruxaria’.
Então mãos à obra… E boa sorte!