Um dos últimos eventos literários (fora as feiras) que eu fui, foi de uma apresentação de uma editora. No caso, eles estavam apresentando a palestra a seu público leitor e a demais profissionais do mercado como já haviam feito em diversas livrarias, mas para livreiros.

Por que eles faziam isso?

Este é um ponto importante. Em textos anteriores eu comentei a respeito da falta de empreendedorismo das editoras, que depois reclamam de poucas vendas e normalmente culpam os autores ou livrarias. O que poderiam fazer ao invés de só reclamar? Exatamente isso!

E no caso fizeram apresentações, aos livreiros especialmente, não só mostrando os planos da editora, mas também explicando a respeito não somente dos livros, mas também do gênero literário ao qual a maioria deles pertence.

Ao fazer isso com os livreiros eles explicam a respeito das obras, que não necessariamente o livreiro conhece, assim como do gênero literário ao qual ela pertença de modo que quando alguém perguntar, o livreiro, que liga a editora ao público, poderá explicar a respeito.

Já ao apresentar os planos da editora aos potenciais leitores, assim como a outros profissionais do mercado, eles criam a demanda, que sabendo com antecedência a respeito do livro já pode se programar para a compra. Isso sem contar os eventuais comentários a respeito em redes sociais ou blogs especializados, fazendo assim um marketing viral.

Agora, você deve estar se perguntando: O que isso importa ao autor?

Bom, acontece que livrarias também aceitam (na verdade elas até preferem) apresentações feitas pelos autores, de modo que você pode tentar um contato para um bate-papo, ou mesmo comentar em sua editora que tem interesse ou disponibilidade e pedir para que eles façam o meio de campo.

Como se tem dito muitas vezes atualmente, a ideia do “escritor eremita” é algo não só datado como completamente fora de moda. Nestes tempos de interação o autor deve conhecer seu público quase pessoalmente.

Além disso, ao fazer esse tipo de apresentação, especialmente com explicações a respeito de dois livros lançados pela editora, a editora se mostra inovadora. Isso, pois o primeiro dos livros, lançado há muito e parte de uma série conhecida internacionalmente, surgiu de uma aposta entre o autor e o editor a respeito da possibilidade de se fazer um livro Policial que ao mesmo tempo fosse uma Ficção Cientifica.

O romance As Cavernas de Aço, o primeiro da série Os Robôs, de Isaac Asimov, não só conseguiu a façanha como também é o livro mais vendido do autor.

Eu sei que é estranho falar de inovação e um livro de 1954, mas é algo que muitos autores ainda não consideram, se focando na maioria das vezes num só gênero literário.

O outro livro, um lançamento recente, é um romance baseado numa famosa série cinematográfica que, além de Fantasia e Ficção Científica também trás elementos de livros e filmes e faroeste.

Ou seja, dois livros que, seguindo na contramão da atualidade, em que se fala em copiar para fazer sucesso, na impossibilidade de se criar algo novo como desculpa para falta de criatividade, ousaram mesclando gêneros e fazendo algo inovador, e foram bem sucedidos.

Mas cuidado! Para que faça isso com competência, antes de tentar você deve conhecer não somente um, mas ambos, ou todos no caso de mais de um gênero literário, então não se esqueça de ler muito, e não só um, mas muitos gêneros diferentes.