Os pontos positivos e os negativos das falácias de mercado

Trazendo o assunto à tona, pois nessa semana que passou estava comentando com um colega de mercado a respeito do por que se mente para o mercado, do que se ganharia e e se perderia com isso, e como sempre, achei que o assunto era importante o bastante para ser divulgado aqui no blog.

Basicamente se usa de falácias para, me apossando de um termo do futebol, “valorizar seu passe”. E não importa se é o escritor ou a editora, pois conheço casos em que ambos os lados fizeram isso.

Pode parecer mentira, mas não é. Autores e editoras mentem para parecerem melhores do que realmente são. E muitas vezes fazem dessa mentira algo oficial, passando-a para órgãos de mídia para que a falácia, apresentada por eles, seja propagada como real. Afinal, foi apresentada por um órgão de mídia conceituado, não é verdade?

Se você quer exemplos, eu tenho alguns:
Um autor que negociou com uma editora pela qual não tinha o objetivo de publicar só para, com o contrato em mãos, negociar com outra maior.
Uma editora que conseguiu direitos de alguns títulos de um autor internacional famoso e depois passou para a mídia que iria gastar na divulgação dele quatro vezes o valor que gastou realmente (e olha que estamos falando de uma quantia de mais de cinco dígitos).
Um autor que anunciou que uma editora comprou os direitos de seus livros por uma quantia quatro vezes maior do que recebeu (e uma vez mais falamos de uma quantia de mais de cinco dígitos).
Quer mais um exemplo? Uma editora que afirmou para mídia que pagará um adiantamento que, segundo quem já trabalhou para ela, o valor é cinco vezes maior do que seu padrão (e aqui mais novamente estamos falando de um valor de cinco dígitos).

Sabe qual é o problema?
Primeiro, sempre haverá alguém que vai saber!
Segundo, um estudo apresentado por diversos serviços de espionagem dos EUA, a quantidade de pessoal que sabem de uma informação é o número elevado a três do pessoal que precisa efetiva e oficialmente ter essa informação. Pela regra, portanto, se duas pessoas precisam saber, oito saberão; se esse número é três, vinte e sete terminarão sabendo, e assim por diante.
E se esse dado é válido para os serviços secretos, que lidam com informação confidencial (e olha que o Wikileaks está aí para provar o que eu digo), imagine num mercado como o literário, onde a fofoca corre solta?

Os pontos negativos são que depois, mesmo que essa informação falsa seja, mesmo que temporariamente, interessante para quem a repassa, pode terminar queimando a chance de outros profissionais que venham a bater nas portas dessa editora. Outro ponto (negativo) é que a supervalorização de “um passe”, ou uma campanha de marketing, pode deixar outros autores gananciosos, inflacionando assim o mercado e fazendo-o diminuir.

E isso sem falar que todos aprendemos desde criança (bom, ao menos eu aprendi) que nada de bom vem da mentira, não é verdade? Sem contar que (novamente como aprendemos de criança) mentira tem perna curta.

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