Uma boa história

Semana passada, falando a respeito de um velho post meu que dizia ‘Tenha uma ideia original, crie uma trama interessante e escreva uma boa história, e você venderá um livro; faça isso e crie um personagem carismático e você venderá quantos livros escrever sobre ele. ’ eu comentei a respeito de personagens, prometendo falar mais tarde a respeito de ‘uma ideia original’, ‘uma trama interessante’ e ‘uma boa história’. Para não dizer que eu não cumpro minhas promessas, vamos conversar hoje a respeito destes três tópicos.

É complicado falar, hoje em dia, sobre ‘UMA IDEIA ORIGINAL’. Especialmente, pois como estudioso de Campbell eu concordo que todas as histórias são variações das três estruturas mitológicas originais: a famosa Jornada do Herói, o Rapto da Donzela, e o Trickster (algo como o brincalhão, mas que também agrega, dependendo da história a figura do Anti-herói). Mesmo assim é possível sim ser original.

Como? Por exemplo escrevendo a história com um ponto de vista ainda não apresentado.

Uma questão que você pode se fazer em relação ao tema ao criar a história é: “o que minha história tem de novo para contar”?

Um exemplo disso é a série ‘As Brumas de Avalon. ’ Lançada em 1979 por Marion Zimmer Bradley, a história, no caso, é uma releitura do ciclo arturiano, apresentado, nesta versão, pelas personagens femininas.

Essa simples mudança garantiu, apesar da lenda já ser conhecida e haver sido recontada inúmeras vezes, não somente uma história ‘inédita’ como também um sucesso editorial.

Mas e ‘UMA TRAMA INTERESSANTE’? O que seria isso, Você pode perguntar.

Pode considerar, inclusive, que qualquer trama é interessante para quem à escreve. Isso é evidente. Mas o ponto não é esse.

As questões que você deveria estar se fazendo são: “para quem eu estou escrevendo?”, e “por que esse público leria meu livro?”.

Quer um exemplo? O livro Código da Vinci, de Dan Brown.

Eu creio que não preciso comentar a respeito, pois quem não leu o livro deve ter assistido ao filme. E se não, ao menos ouviu falar de um dos pontos-chave da trama, pois até a Igreja Católica falou a respeito. A ideia não é totalmente nova, mas dizer que Maria Magdalena era, na verdade, esposa de Jesus, que teve filhos com ele, e que ela e os filhos sobreviveram à crucificação, fugiram e que ainda existe, portanto uma família que descende de Jesus (e que a protagonista feminina era desta família?).

Não importa nem a importância deste fato em relação a todo o resto da história. Esse foi um dos pontos que chamou a atenção da mídia, do público e que fez do livro, e do autor um sucesso.

Antes que falar do último ponto, ‘UMA BOA HISTÓRIA’, eu gostaria de discutir um pouco mais a respeito dos tópicos anteriores. É evidente que ao fazer os questionamentos em relação a sua história. É claro que as respostas não precisam ser tão radicais quanto às dos exemplos. Meu objetivo com eles é mostrar de modo incontestável e radical como funcionam as questões. Mesmo assim é importante buscar, durante a criação, elementos que se encaixem tanto nas duas questões acima, como na ‘UMA BOA HISTÓRIA’.

O que é ‘UMA BOA HISTÓRIA’?

A lista pode ser enorme, e variará dependendo de qual autor você questionar. De qualquer maneira, independente do tamanho da lista, existe algumas coisas que definitivamente farão parte da essência de Uma Boa História:

Primeiro, crie uma situação inicial que prometa ao leitor uma boa história; Faça-o se importar com o que está acontecendo na trama; Não entregue as informações de bandeja, apresente os elementos e deixe o leitor chegar à conclusão por conta própria; E finalmente, e mais importante crie as cenas e sequências de modo que o leitor esteja sempre querendo saber o que acontecerá a seguir.

Eu sei que não é exatamente uma ciência exata, mas se existisse uma fórmula mágica para se criar o best-seller perfeito, todos os livros seriam bons para todas as pessoas, e isso é impossível.

Um último ponto, que eu também creio ser essencial, é que você autor, deve conhecer sobre o que você escrever e gostar do tema. Afinal de contas, imagine se você numa onda da moda e começa a escrever sobre um assunto que não gosta? Deve ser a pior coisa do mundo ter de se manter escrevendo a respeito de algo que não te agrade.

Mais uma vez eu termino com nosso pedido padrão: acesse nosso site, curta, compartilhe, e mais importante, nos diga do que você gostou mais e do que quer que falemos. Serão esses comentários no ajudarão a melhorar, criando uma parceria, uma amizade, boa não só para você, mas também para nós e para o mercado editorial.

3 comentários em “Uma boa história

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