Traduzido por: Daniel Lühmann, Editora: Aleph, Ano: 2018, 236 páginas
Por Gianpaolo Celli
O que dizer de Philip K. Dick?
Além de ser um dos mais notórios nomes no meio de Ficção Científica, é um dos, senão o autor de gênero mais adaptado por Hollywood, com sucessos que vão desde Blade Runner, de 1982, que se baseou no romance Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?, até Electric Dreams, adaptado para a série televisiva Philip K. Dick’s Electric Dreams no segundo semestre de 2017.
O que te espera neste livro?
Um 236 páginas são dez contos que te levarão a futuros distópicos, space operas, viagens no tempo… Apesar de simples, contando em sua maioria só com um pequeno plot-twist no final, normalmente servindo como um alívio cômico, os contos são bastante ágeis e trazem à tona questões pessoais e sociais de fundo ético e moral.
De críticas ao capitalismo, como no conto ‘Foster, você já morreu’; e ao abuso dos recursos naturais do planeta, no ‘Autofab’; até questionamentos a respeito de o que nos torna humanos, em ‘Humano é’; e de como a tecnologia social pode representar a perda de nossa privacidade, em ‘O Fabricante de Gorros’, os temas nos quais os contos se baseiam nunca se tornarão desatualizados, pois além de ficções científicas, as histórias também são dramas.
E o melhor, ao menos a meu ver, é a nostalgia que as histórias trazem. O contraponto que a visão do autor de como seria o futuro, ou melhor de como ele era pensado décadas atrás, bem no estilo de Os Jetsons, com empregados robôs e cozinhas automatizadas, deixa o contos leves, engraçados até, tirando o tom mais sério das críticas e deixando os contos despretensiosos, ao menos na primeira leitura, que vale a pena!