Já há algum tempo eu comentei a respeito de e-books e essa onda de compará-los aos livros impressos ou dizer que eles irão substituí-los. Analisando historicamente o mesmo já disseram do rádio e da TV (o rádio, que faria os jornais impressos acabarem, e a TV acabaria com o rádio, coisas não aconteceram). Assim, eu creio que o e-book, a menos em curto prazo, não veio para substituir o livro impresso, mas sim para complementá-lo. E se não é assim que você pensa, é assim que deveria. Especialmente se é um autor que está começando no mercado.

Por quê? – Você pode perguntar.

Porque é assim que as editoras e as livrarias (sem contar outros ‘mecanismos’ do mercado editorial) estão pensando!

Em meu texto original a respeito, eu previ que, ao contrário do que se dizia, “que as editoras seriam as mais afetadas”, quem seria na realidade eram as livrarias (o que já está acontecendo nos EUA, onde diversas lojas físicas têm fechado e aqui no Brasil, embora o fechamento das lojas da Saraiva e da Cultura tenham muito mais a ver com má gestão).

A situação em questão, na realidade, é muito maior do que isso. Isso, pois o que estamos vendo é uma mudança no paradigma do mercado que afetará, evidentemente, todas as partes do mesmo. Em especial àquelas que não se adaptarem a este novo paradigma.

Mesmo aqui no Brasil, onde a paixão por tecnologia não é tão grande quanto nos EUA (ou não temos tanto dinheiro sobrando para gastar) já é possível se ver isso. E se as grandes livrarias tentaram e não conseguiram se adaptar (novamente por má gestão), criando suas plataformas de venda, as editoras também perceberam que se ainda não aconteceu, se tornarão marcas, pois as pessoas continuarão buscando-as, ou a um selo editorial, em busca de qualidade ou um gênero literário.

Tudo bem, – Você autor pode responder – Mas o que isso tem a ver comigo?

Só tudo! Apesar de muitos ainda considerarem que, apesar de alguns grandes nomes da literatura nacional haverem começado como independentes, a publicação por demanda uma simples falta de opção do autor que não teve sua obra aceita por uma editora tradicional, com o aumento do mercado de e-books, assim como o surgimento de plataformas que facilitam a colocação de obras em grandes sites de venda, como o KDP da Amazon, é possível sim que o autor publique seu livro de maneira independente, sem o problema de estoque, distribuição ou entrada nas livrarias que a publicação impressa tem.

Muitos autores lá fora que se tornaram best-sellers – e a ideia aqui não é falar de qualidade literária, mas a capacidade deles de ultrapassar seu círculo de amizades – prova que a opção de publicação de e-books não deve ser descartada. Na realidade, mesmo para os escritores menos conhecidos o lançamento dos chamados e-contos (publicação de um ou poucos contos numa plataforma online) é uma chance de se mostrarem de um modo mais profissional.

A única coisa que se deve lembrar é que, apesar da auto publicação ocorrer sem a presença de um editor, para que esta sirva como plataforma de lançamento para você autor, você deve tomar cuidado com aspectos como leitura crítica, coaching literário, copidesque, revisão e outros serviços editoriais, os quais, devido inclusive a esta mudança de paradigmas, estão cada vez mais acessíveis ao autor de uma maneira terceirizada (inclusive aqui no Aliteração).

Afinal, não se pode esquecer que é a qualidade da escrita que define a escolha de um título, seja pelo editor, seja pelo leitor.

Gostaria de terminar esse artigo não só agradecendo a você nosso leitor e a você autor que, nos conhecendo, confiou sua obra a nossos serviços, pedindo que não somente acessem nosso site e redes sociais, mas também que leiam curtam, compartilhem, e mais importante, comentem nossas postagens, dizendo do que gostaram mais, assim como do que querem que falemos, para que possamos criar uma parceria, uma amizade, que seja boa para você, para nós, para o mercado…